domingo, 6 de dezembro de 2015

Sobre um momento desconfortável

Depois do meu último relacionamento, eu criei uma fobia de cobranças.

Nos últimos meses, inconscientemente, me sabotava para não dar certo... até mesmo quando encontrava alguém legal. Mas, em meio a tudo isso, não percebi o que acabou virando um fato.. que está me prejudicando, e muito.

Estava ocupada demais aperfeiçoando meu controle, e quanto mais via que conseguia me livrar de toda a impulsividade que transbordava, esquecia de mudar o que estava se tornando um defeito, e acredito estar passando do limite.

Enfim, o que eu não enxergava era que essa fobia de cobranças começou a passar dos limites, não no trabalho, mas nas minhas relações pessoais, sobretudo na amizade.
Uma coisa é você aceitar que não está pronto para um relacionamento, pois precisa amadurecer suas idéias, e seus ideais.... outra coisa é você ser obrigado a lidar com algo que não pode fugir nunca, a não ser que se isole por completo e fique feliz com sua própria companhia... e solidão.

Após o término, uma das minhas prioridades era estar entre amigos. O problema é que quando alguém faz parte da sua vida, tem uma proximidade maior, e talvez não consiga digerir seus vícios comportamentais e seus defeitos, e vice-versa. Talvez eu não esteja no meu melhor momento... e confesso que por trás do semblante calmo e tranquilo, há uma pessoa que quando fica pensativa e incomodada com uma situação... isso acaba por devora-la.

As vezes eu preciso me isolar, e não quero falar com ninguém, nem ao menos conversar... e isso hoje em dia, com toda a tecnologia disponível e mensagens instantâneas, é difícil. Perdemos a privacidade, e abrimos uma porta de pré-julgamentos em relação a nossas atitudes... ao que escrevemos e como escrevemos. Eu lembro que antes era tudo mais fácil. Um telefonema, ouvir a voz, dizer o necessário.
Pensei muito nesse fim de semana sobre isso. Bom, eu me isolei, encontrei outras pessoas... e quase que instantaneamente eu vi pessoas se afastando de mim, e mais tarde, sem nem ao menos ter percebido o porquê, descobri que eu "estava estranha"...e este era o motivo. Uma pena eu não poder ser eu mesma... uma pena estas mesmas pessoas não entenderem meu momento, e meu isolamento.

Me senti incomodada, rotulada... e extremamente cobrada!

E no momento, isso é um sentimento novo para mim, que devo digerir em silencio, pensar e repensar. Não sei se consigo deixar as pessoas se aproximarem muito novamente, sendo amigos antigos ou novos... e é esse meu medo. Mas ao mesmo tempo, eu não desisto delas... e essa atitude, sem reciprocidade, me faz mal e me cansa muito. É como se, na minha visão.. claro, ninguém mais hoje em dia tivesse valor... "ter amigos é fácil, e trocar é fácil".

Querendo ou não... uma pessoa que não deixa as pessoas se aproximarem muito, não tem esse problema... ou uma pessoa que não está nem ai, que não é o meu caso... mas o dos meus amigos. Eu me preocupo demais quando isso acontece, e esse é meu fardo.

domingo, 25 de outubro de 2015

Sobre paixões e o que é passageiro

A minha intensidade é contraditória. O problema da maioria das pessoas é rotular e julgar alguém por determinada atitude, isso me incomoda... e como, então tento não agir assim. Neste ano, em que fiquei solteira, percebi que ando me apaixonando e desapaixonando com facilidade, devo admitir, é muito fácil eu me encantar quando há um interesse, quando há algo a mais... mas eu tenho sorte, pois é muito fácil eu me desencantar também. Fico realmente perplexa como eu tenho facilidade de esquecer, e aceitar situações. Nem sempre foi assim.. mas uma dúvida aparece em minha mente, será que se eu insistisse mais em algumas coisas, daria certo? Será que essa falta de interesse repentina que sempre surge, seria falta de paciência?

Não estou falando de relacionamentos, mas sim de paixões. É o que me transborda neste momento, e o sentimento é o meu maior motivo de escrever. O lado profissional, sempre bem... seus altos e baixos, mas tenho uma sorte imensa para muita coisa nesse sentido; com minha família, mais baixos do que altos, mas aprendi a lidar com muita coisa no ultimo ano, não aceito mais traumas ou lamentações na minha vida, a convivência é um aprendizado inexplicável; minha vida social, tendo suas imperfeições enfeitadas com o ego das pessoas, estou aprendendo a saber o que devo ou não aceitar, mas devo confessar.. é perfeita aos meus olhos. Parece que estou fugindo um pouco do foco, não?

Mas o fato é que fica o lado pessoal, está sempre tudo em ordem... aparentemente. Vira uma confusão, quando me apaixono. Paixão, dessas que vem e vai, sabe? Que você cria expectativas, e constrói as conversas perfeitas em sua mente... e uma hora se mostra tão passageiro quanto uma brisa de fim de tarde, numa palavra mal dita, numa atitude não cumprida... ou quando a pessoa se mostra diferente do que você imaginou. Eu continuo alimentando a minha opinião de que as pessoas são momentos e fases... mas isso não me obriga a querer conviver com elas, ou me envolver com alguém que eu não julgue merecer a parte de mim que me faz mais mulher, a que se apaixona.

Ai vem, novamente e incessantemente o pensamento do amor próprio. E eu repito em minha mente o quanto preciso valorizar isso. Sensações que se tornam somente minhas, e se eu tentasse explicar, ninguém entenderia e isso me faz feliz. Ainda me lembro, há pouco tempo atras, uma pessoa me fez perder essa sensação individual. E eu simplesmente, morro de dentro para fora sem isso. Eu preciso disso, e não sei se todo mundo consegue compreender essa necessidade, que para mim é como uma canção. Existe uma canção para os apaixonados, para os corações partidos, para os desiludidos... e uma para mim.

Por isso digo, intensidade contraditória, ao mesmo tempo que me entrego sutilmente... eu não deixo isso de lado, pode-se dizer que é até um egoísmo da minha parte. As vezes parece, só parece, que o amor não é pra mim. 

Embora todas essas frases soltas pareçam confusas, e até mesmo com uma pontinha de tristeza, é exatamente o contrário. É meu amadurecimento. Minha facilidade de aceitar alguns fatos como eles são está aumentando, e devo isso aos outros. Me sinto mais forte e mais individual, mas só tenho um medo em relação a isso tudo... Deixar de acreditar.

domingo, 19 de julho de 2015

Para seguir em frente

As vezes nos frustramos por não conseguir o que queremos, mas na realidade não conseguir o que se deseja muitas vezes é a melhor coisa que pode nos acontecer. Talvez você não esteja inteiramente preparado pra aquele cargo que tanto almeja, ou para evoluir em alguma atividade, ou para ter a pessoa ideal sem estragar tudo. Com o tempo aprendemos que tudo que importa demanda paciência.

Eu vejo como se todas nossas oportunidades fossem uma possível cura. Toda vez que você esta em determinada situação, você tem a chance de reagir diferente, isso... ao menos para mim, é uma pequena cura. Cura, sim, pois o fato de você poder mudar sua atitude, pensar antes de agir e falar, ou se impor mais, ou tentar perdoar, ser otimista em vez de pessimista perante uma situação difícil é uma escolha... e quando você consegue fazer a escolha certa, por mais difícil que seja, você está se curando, e melhor do que isso, evoluindo.

Digamos que estou nesta fase.

Talvez uma boa estratégia seja enxergar as atitudes das pessoas como se fossem fases, e tentar se colocar na mesma situação, as vezes ajuda. Mesmo se você não tomasse as mesmas atitudes, não aprove, você tem que aceitar o fato de que as pessoas são diferentes, e isso envolve a criação e a trajetória da pessoa. Não devemos nos sentir culpados, ou culpar... se fulano ou ciclano agiu de má fé, ou se não te deu a consideração que você esperava, ou se não tinha os mesmos planos que você. Acredito que a chave para seguir em frente é, sobretudo, a aceitação e o amor próprio.

Quando você aceita que aquilo é o que é... há uma facilidade maior de virar a pagina. Quanto você se coloca em primeiro lugar, e passa a se amar mais, você se sente melhor, atrai coisas boas, esquece e vive a vida na forma mais leve e iluminada, nutrindo sentimentos bons... como tem que ser.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Carta ao passado

Hoje não venho te acusar de algum episodio, ou lhe dizer com frieza o que você deve fazer. Não vim escutar o quanto me acha ingrata por algo que não pedimos para acontecer. 

Eu vim em paz e para lhe dizer tudo que não foi dito, do que tem acontecido e das coisas que deixaram saudade... Do gosto de pão de queijo, das brincadeiras infantis, da falta de orgulho numa briga na sexta a noite, dos nossos segredos culinários, do sol matinal iluminando o corredor da casa, de pedir para colocar o seu sapato num dia frio, da rede no domingo.

Vim para marcar o sentimento do dia de hoje. Um sentimento sem nome, talvez. Aquele que percebemos que será lembrança.

Estou aqui para lhe dizer que minha amizade você teria, e que podemos sim tirar proveito deste aprendizado, para perdoar e pedir perdão.

Vim para que você saiba que estou feliz por você ter alguém, e não critico... para saber como você está, se sua família comprou aquele sitio, para lhe falar que encontrei aquele casal de amigos e que estão noivos, sabendo que você já sabe. Para lhe falar que experimentei aquele vinho que tanto queria, para lhe dizer que o admiro em muitos aspectos... para lhe dizer que me encontrei.

Sei que não somos mais, e nem seremos, mas estou muito grata por tudo que já passou. No momento do agora, era tudo que queria que soubesse, e tudo que queria que sentisse.

Um sentimento branco, leve e momentâneo. Sem criticas ou tons de voz elevados e acusações.. E por pelo menos uma vez, sem cobranças.. sim, houve um tempo. 

Estou aqui para lhe dizer que sei que esse silêncio é a aceitação, e que nunca quis machuca-lo, mas havia algo que não estava mais encaixando. Como uma flor que perde o perfume. Enfim, tenho refletido muito sobre como o tempo passa rápido, grande e verdadeiro clichê... e sei que o melhor ainda está por vir para mim e para você.  

Não há outra forma de terminar isto aqui, se não dizendo que fique bem.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

O amanhã

A cobiça no sentimento de encontros aparece como um reflexo da própria sensação. Há sempre um anseio e uma verdade escondida. Tal verdade, incontestável, nos olhos negros da figura borrada... tão linda em sua ausência, tão tranquila como o gentil vento que adentra a minha varanda nesta noite fria e cheia de intuição. O silêncio me basta, mais uma vez, me trazendo de volta de minha viagem interior. Da mesma figura, que aos meus olhos infantis, almeja o encontro tanto quanto a esperança que vem do oceano. Este turbilhão aloja-se na mente e corpo, movendo... mas acolhendo á medida que a escrita se forma. Lentamente, tudo se coloca em seu devido lugar... e as projeções são feitas, de forma inigualável. Tão lindo, o futuro em seus olhos... e tão melodioso o som que sai da tua boca. Não se sabe onde começa, nem onde termina. Tudo que levamos são impressões referentes a vida que nos espera... algo vindo do que não veio. O improvável impera, ainda que queiramos o controle e os planos, acabamo-nos por enviar nossa alma para o refrão inesperado.

Então, que venha. O que vier, e como vier. Aceitamos de bom grado o calor, ou o frio... junto com este genuíno sentimento. Ante a paciência e zelo em cada curva... o olhar pra trás não nos abstrai, pois antes dele vem o proveitoso momento. Á medida que meu folego se esvai, em meu intimo que incendeia, a figura se faz nua e moldável. Do jardim das procuras, só se faz certo sonhos grandiosos e ofertados.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Pra frente é que se olha...!

No meu interior, ansiava por mudanças... essas que vem de dentro para fora, sabe? Eu posso dizer com certeza agora, que estou conseguindo. Meses abafando uma sensação... valeram. Neste 1 de abril tive a opção de ir para minha amada terra, aproveitar a praia, os amigos, a família, respirar ar puro.. e contemplar o céu mais estrelado que já vi na vida, mas em vez disto me isolei.
Sim, mas esse isolamento não tem nenhum tom depreciativo. Isolamento, mas com um dia ensolarado em meio as caixas de coisas velhas que joguei fora... roupas, lembranças, cartas, papeis, sapatos. Não sei como é possível, mas me livrar de tantas coisas, fez com que deixasse de lado algum passado... de vez. Se algo ficou, foi algo bom e forte... mas nada que me atrapalhe na minha nova meta de vida.

O desapego é necessário sempre, e eu era o tipo de pessoa que guardava até flor, que mesmo seca me lembrava algo especial. Foi uma limpeza e tanto, nem minha caixa de emails saiu ilesa.

Tomei uma das decisões mais difíceis e mais libertadoras da minha vida há 3 meses, naquele momento consegui respirar. Joguei fora e renovei muitas coisas materiais, e senti uma libertação nisso.

Agora começou a pesagem: pós e contras, quem saiu ferido e quem ganhou nisso tudo, o que não vale a pena remoer, etc... coisas inerentes. Junto com isso comecei a ver a beleza que precisava em tudo que me rodeia, que sinceramente, eu tentava, mas não conseguia. Tentava ser grata de todas as formas, mas me parecia superficial. 
Agora simplesmente flui. Quem lê isto aqui, pode achar um "protocolo" simples a se seguir, tomar uma decisão, mudar, desapegar... mas nada que não tenha esforço vale a pena. 
Sem esforço, não há crescimento.

Agora, protejo a minha opinião como um ato de amor incondicional. E, pelo menos neste momento, não vejo necessidade de nada que não esteja ao meu alcance.

...Claro, dinheiro compra muita coisa e o tempo nos trás o crescimento e conhecimento necessário, assim como a experiência ensina. Mas nesta nova fase, preciso conviver com a ansiedade a cada conquista... sabendo da minha imaturidade, e acima de tudo aproveitando enquanto a possuo.

Há algo mais belo que isso?


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Linha de pensamento

O mesmo pensamento... como num processo de reciclagem, acordei e vi tudo com muita clareza. Acredito ser um vício de todos nós acharmos que conhecemos a outra pessoa, adotamos isto como verdade, e não há nada que nos faça mudar... a não ser nosso próprio julgamento. Felizmente, isso é besteira. Um conhecido me falou uma vez que o "outro" é infinito, inalcançável... e que agimos de forma diferente em diversas situações, no trabalho, com a família, com amigos, pretendentes... parei pra pensar... somos atores e atrizes na maior parte do tempo, sem querer. A verdade pura e genuína está em nossos pensamentos.

E o ponto que gostaria de chegar são as expectativas. Envolvendo todo este vício de "conhecer", julgar e "atuar", criamos uma expectativa. Esperamos que as coisas aconteçam da forma que gostariamos, esperamos atitudes, situações. Mas sabemos que a vida não é como um filme nem como aquele belo romance que você leu no mês passado. E ai vem a frustração. Frustração esta que mostra como somos vulneráveis e bobos. 

O fato é que, ultimamente tenho tido esta linha de pensamento. Entrei este ano longe de toda aquela muvuca da minha amada cidade litorânea, com o intuito de traçar metas, rever prioridades, tentar entender toda a confusão e minha crise de identidade que 2014 trouxe. Ainda não concretizei meus pensamentos, porém organizei muitas coisas soltas em minha cabeça que há muito me incomodavam.

Finalmente compreendi algumas atitudes. Nos melhoramos com o tempo, mas não mudamos...a não ser por vontade própria. Percebi que um erro é ver tudo como um protocolo, fazer planos, traçar roteiros... e acima de tudo, pensar demasiadamente nisto. Fazer o dia de hoje valer a pena, em todos os sentidos, é melhor. O resultado vem naturalmente quando emitimos uma frequência diária de renovação, disciplina e diversão. Fácil falar, difícil fazer...
Pra mim este ano é tempo de amadurecer, buscar e, principalmente, de encarar. Espero de todo coração que isto seja um começo.