domingo, 28 de maio de 2017

Vista presente

Na ausência de conflito, há um descortinar do pacifico silêncio, as raízes envoltas de certezas construídas e de dúvidas impostas começam a perder a força... e o caos que causava a batalha mental se acomoda. Há o prenuncio de um intervalo, em que a escuridão interna saboreia uma brisa morna junto ao reinventar-se. Seria essa minha reentrante filosofia de vida algo para se repensar, ou justificar? Poderia eu ficar, ocasionalmente... ou ao menos por agora, nessas águas rasas recém descobertas? Creio que um "sim", eloquente e saturado de novas possibilidades, seria perfeitamente compatível com este momento.

Uma nova e tranquila empreitada é providenciada. Buracos são preenchidos, defeitos edificados são aceitos. Uma janela é arquitetada, a vista se torna lar... e me delicio ao vagar com os olhos, não nas mudanças, mas no instante do agora. Ao observar com atenção, vejo no palco da vida o passado destruindo-se, e o futuro render-se ao descontrole. Imperioso e parcial o momento presente. Na despercebida decisão, há um tilintar límpido e sabido, que em notas ardilosas nos dizem que o que é, simplesmente é. No sentido em não se fazer sentido desponta a aceitação. No desabrochar da luz cintilada, os vagantes olhos amam intensamente mergulhar na nova e adivinhada realidade. E não apressadamente, descongelo e prossigo para a porta, também arquitetada. Longe de mim não acreditar nas notas atualizadas, anunciando o jardim de caminhos á minha frente. Vislumbro os ponteiros, acalmo meus mares e espero, dessa vez, talvez, com mais sabedoria.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Tempo de espera e evolução

Como diz a musica "o tempo é rei". Ele é rápido, corre e grita. Acabamos nos comparando... não com os outros, mas com nós mesmos. Seja um ano, sejam cinco ou dez... nesse tempo cometemos erros, enxergamos defeitos e temos a opção de evoluir a cada situação. Acho que esse texto se trata exatamente disso... mudanças, é um tema que eu gosto, não é difícil deduzir isso. Há seis anos atras eu estava passando por uma fase que me modificou totalmente. Estava triste por muito tempo, e me afetou em todas as áreas da minha vida. Hoje vejo que foi um dos acontecimentos mais importantes que tive, agradeço a tudo daquele tempo e ás pessoas que me fizeram enxergar o que deveria mudar para superar... pois era tudo o que queria: superar. E essa superação, confesso, demorou anos para se concretizar...  durante esses anos meu confidente foi o silencio, para manter longe o julgamento dos outros. Isso tudo fez minha empatia mais forte e a vontade de evolução mais definida.
Realmente, tive muito tempo para pensar.

Creio que, quem lê certos textos que escrevo, pode até pensar que é vaidade ou hipocrisia da minha parte, pois enfatizo muito em como as pessoas devem respeitar as outras, principalmente em suas escolhas e opiniões... e sei que ninguém é inerente á imperfeição, principalmente eu.
Esquecemos de escrever sobre nossos defeitos, mas acredito que estamos aqui de passagem, e o melhor uso do nosso tempo temos que atribuir á evolução, dessa forma não há tempo perdido.

Admito ser insegura muitas vezes, admito gostar exageradamente de segurança e buscar por isso, e principalmente... admito ter, muitas vezes, metido os pés pelas mãos. Afastei pessoas, que não voltaram mais. Fui incompreensiva, e não entendi a necessidade do outro. Fui egoísta. Porém, nos dias de hoje, eu percebo o quanto tudo isso me fez ver quem eu realmente sou, onde realmente errei, e onde não podia fazer absolutamente nada para mudar a situação.
 Um amigo me disse uma vez, não faz muito tempo, que vê em mim o dom de mostrar aos outros como eles realmente são. Eu parei pra pensar... em como eu realmente era. Tantas falhas, tanta vontade de melhorar. Posso me sentir orgulhosa, apesar de momentos de fracasso, soube virar o jogo nas ultimas vezes que me vi sem controle emocional. Pois é disso que se trata, emoções a flor da pele.
É sempre isso.

Vou me permitir divagar um pouco. Eu questionei o porquê de ter nascido tão sensível. Sensível ás palavras, ás pessoas, ás situações. O porquê de alguns sentirem tanto, chorarem com facilidade, e muitas vezes não conseguir deixar pra lá. Outro defeito. Não cheguei á conclusão alguma sobre a questão da minha vida, mas aceitei o desafio de controlar meus impulsos emocionais, ou ao menos de deixa-los passar e pensar com frieza na atitude certa a se tomar em cada momento.

Há muito para ajeitar, saber disso sempre é o primeiro passo de qualquer um que tenha essa meta de vida. Há quem ache besteira, balela, um nada traduzido em palavras... e que pessoas devem viver um dia de cada vez, algo que concordo em parte. A introspecção, e consequentemente o auto conhecimento são necessários para nosso auto controle, para nossa empatia e consideração com o outro.

Por fim, se para alguns isso não é nada... para mim é tudo. Não confio em quem não se questiona, sinto muito. Não há outra palavra que esboce o que isso representa para minha trajetória. Pessoas que fazem pouco caso disto dificilmente me manterão por perto. Não é questão de não respeitar, cada um é o que é... e ponto. É questão de sincronicidade, tudo que se relaciona não por relação casual e sim por relação de significado. O  silencioso tempo que trouxe essa confusão interna nesses últimos anos, foi o que me tirou da zona de conforto, incrivelmente fez com que eu me encontrasse. E então, encontrasse pessoas compatíveis comigo.


domingo, 1 de maio de 2016

Descompasso

Conta pra ele do descompasso dessa menina. Que tem ânsia de rasgar o peito, que sabe que faz, mas não faz por mal, não, Seu moço. Conta que sua dedicação é ser fiel ao sentir, só dela... e vezenquando alguém passa quase que percebido por ali. E que ela se perde, sem precisar respirar debaixo do oceano do mundo seu. Verdade que ela tem o capricho de se ausentar, sim, Seu moço... mas que faz por gostar do que é somente seu. Conta, também, que ela está sorrindo, como se houvesse um espetáculo do que não deu certo, pois o amanhã é mais bonito por ter esperança, por ter tempo. Conta que o passado dela esta na zona de conforto, Seu moço, e sim... é o que ela tem de mais rico. Que é algo que ela não consegue preencher nem comparar, é verdade, Seu moço.

Revela pra ele, Seu moço, que a fuga dela é consciente, mas inconsequente. Que por pouco, pouco mesmo, ela não perde o brilho da intensidade que a preenche. Revela sua mania de cheirar as frutas do mercado e de pisar nas pegadas que não são suas na areia, Seu moço. Revela a saudade, quietinha... serena. Revela também suas paixões, que por pura teimosia, duram eternidades. Mas, fala também, Seu moço... que esse descompasso é preenchido de preciosidades.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Íntima fidelidade

Tenho refletido muito sobre fidelidade. Quando falamos de fidelidade, já imaginamos um outro alguém, mas não desta vez, Falo sobre uma fidelidade pessoal, somente nossa, onde podemos nos esconder e nos auto-sabotar, ou podemos assumir o que sentimos.

Espero não esteja perdendo a linha de raciocínio, mas vou tentar explicar. A maioria das pessoas que conheço são impulsivas, não o tempo todo talvez, mas em algum momento se mostraram assim. Acredito que a impulsividade é uma forma de fracasso perante uma situação, e eu sou mestre nesse quesito, embora esteja melhorando.
Assim como um corpo escultural precisa de exercícios físicos constantes para se manter em forma, nossa mente precisa ser treinada e trabalhada para manter o auto controle e a auto estima em dia, colocando nossos propósitos sempre a frente... e isso inclui muita coisa, pois se queremos ser bem sucedidos em todas as áreas da nossa vida, temos de ser fieis aos nossos valores, prioridades e propósitos de vida.

Na minha opinião, o controle é o caminho da felicidade. Quando vivemos de acordo com nossos valores, conseguimos controlar nossos impulsos, e dessa maneira selecionar atitudes, palavras e até mesmo pessoas que vamos conviver. Não podemos aceitar pouco. Existem momentos em que me vejo extremamente forte e confiante, e agradeço. Mas o que busco são mais que momentos da alegria sóbria que a sensação de estar no controle me dá, na verdade, até acho isso uma fraude, pois é fácil se sentir confiante quando esta tudo sob controle, mas e quando o mundo esta caindo a sua volta? Consegue perceber? O verdadeiro auto controle está no caos. Quando tudo não está saindo da maneira que você deseja, se você consegue se manter calmo, pensar com clareza e frieza, e agir de acordo com os seus valores de vida, parabéns... você tem o auto controle que eu tenho buscado.

Enfim, vou tentar colocar o sentimento nisso tudo que disse, com coerência. Não posso negar, minha essência é transbordar sensações. Ser fiel a si mesmo e aos seus sentimentos, seja ele qual for. Costumamos nos auto-sabotar em alguns momentos, pelo menos falo pela análise que fiz de minha própria história.

Quando algo não dá certo com alguém, negamos o que sentimos, procuramos nos interessar por outras pessoas ou tentar não se envolver com mais ninguém. Neste momento estamos fugindo, sem enfrentar a causa, que é o sentimento. E eu fico pensando, porque não podemos ser fiéis ao que sentimos enquanto dura? Isso não me parece ser um sofrimento, somente respeito com nós mesmos. Podemos nos dar a chance de conhecer alguém, ou de ficarmos sozinhos para nos reencontrarmos e esperar tudo voltar ao normal novamente... e sim... sentindo a solidão, ou respeitar nosso corpo e mente não se enganando com o primeiro(a) que aparece.

Podemos ser sinceros, e falar o que realmente sentimos ás pessoas que nos querem bem, e muitas vezes isso as afastará, principalmente se houver uma segunda intensão. A maioria das pessoas, normalmente só "cozinham" esses indivíduos que se mostram disponíveis. Mas tudo que vai, também volta. E ninguém gosta de ser iludido.

Podemos nos afastar, sim, das pessoas que nos sugam e nos deixam tristes, tirar um tempo para nós e esperar passar, eu acho ideal. Nessa parte vejo muita gente agindo dessa forma, mas também já vi alguém se humilhar por atenção, mesmo magoado. É disso que eu falo, ser fiel ao que sentimos. Isso tudo com certeza também envolve amor próprio.

Não sei como explicar toda essa reflexão que veio esta semana, mas estou tentando ao máximo ser fiel aos meus princípios, propósitos e principalmente aos meus sentimentos, essa é uma forma de não estragar tudo comigo mesma. Não me importo com as consequências, apesar do receio, vou vivê-las de qualquer maneira mesmo... então que seja da forma mais correta. Consciência limpa.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Sobre um momento desconfortável

Depois do meu último relacionamento, eu criei uma fobia de cobranças.

Nos últimos meses, inconscientemente, me sabotava para não dar certo... até mesmo quando encontrava alguém legal. Mas, em meio a tudo isso, não percebi o que acabou virando um fato.. que está me prejudicando, e muito.

Estava ocupada demais aperfeiçoando meu controle, e quanto mais via que conseguia me livrar de toda a impulsividade que transbordava, esquecia de mudar o que estava se tornando um defeito, e acredito estar passando do limite.

Enfim, o que eu não enxergava era que essa fobia de cobranças começou a passar dos limites, não no trabalho, mas nas minhas relações pessoais, sobretudo na amizade.
Uma coisa é você aceitar que não está pronto para um relacionamento, pois precisa amadurecer suas idéias, e seus ideais.... outra coisa é você ser obrigado a lidar com algo que não pode fugir nunca, a não ser que se isole por completo e fique feliz com sua própria companhia... e solidão.

Após o término, uma das minhas prioridades era estar entre amigos. O problema é que quando alguém faz parte da sua vida, tem uma proximidade maior, e talvez não consiga digerir seus vícios comportamentais e seus defeitos, e vice-versa. Talvez eu não esteja no meu melhor momento... e confesso que por trás do semblante calmo e tranquilo, há uma pessoa que quando fica pensativa e incomodada com uma situação... isso acaba por devora-la.

As vezes eu preciso me isolar, e não quero falar com ninguém, nem ao menos conversar... e isso hoje em dia, com toda a tecnologia disponível e mensagens instantâneas, é difícil. Perdemos a privacidade, e abrimos uma porta de pré-julgamentos em relação a nossas atitudes... ao que escrevemos e como escrevemos. Eu lembro que antes era tudo mais fácil. Um telefonema, ouvir a voz, dizer o necessário.
Pensei muito nesse fim de semana sobre isso. Bom, eu me isolei, encontrei outras pessoas... e quase que instantaneamente eu vi pessoas se afastando de mim, e mais tarde, sem nem ao menos ter percebido o porquê, descobri que eu "estava estranha"...e este era o motivo. Uma pena eu não poder ser eu mesma... uma pena estas mesmas pessoas não entenderem meu momento, e meu isolamento.

Me senti incomodada, rotulada... e extremamente cobrada!

E no momento, isso é um sentimento novo para mim, que devo digerir em silencio, pensar e repensar. Não sei se consigo deixar as pessoas se aproximarem muito novamente, sendo amigos antigos ou novos... e é esse meu medo. Mas ao mesmo tempo, eu não desisto delas... e essa atitude, sem reciprocidade, me faz mal e me cansa muito. É como se, na minha visão.. claro, ninguém mais hoje em dia tivesse valor... "ter amigos é fácil, e trocar é fácil".

Querendo ou não... uma pessoa que não deixa as pessoas se aproximarem muito, não tem esse problema... ou uma pessoa que não está nem ai, que não é o meu caso... mas o dos meus amigos. Eu me preocupo demais quando isso acontece, e esse é meu fardo.

domingo, 25 de outubro de 2015

Sobre paixões e o que é passageiro

A minha intensidade é contraditória. O problema da maioria das pessoas é rotular e julgar alguém por determinada atitude, isso me incomoda... e como, então tento não agir assim. Neste ano, em que fiquei solteira, percebi que ando me apaixonando e desapaixonando com facilidade, devo admitir, é muito fácil eu me encantar quando há um interesse, quando há algo a mais... mas eu tenho sorte, pois é muito fácil eu me desencantar também. Fico realmente perplexa como eu tenho facilidade de esquecer, e aceitar situações. Nem sempre foi assim.. mas uma dúvida aparece em minha mente, será que se eu insistisse mais em algumas coisas, daria certo? Será que essa falta de interesse repentina que sempre surge, seria falta de paciência?

Não estou falando de relacionamentos, mas sim de paixões. É o que me transborda neste momento, e o sentimento é o meu maior motivo de escrever. O lado profissional, sempre bem... seus altos e baixos, mas tenho uma sorte imensa para muita coisa nesse sentido; com minha família, mais baixos do que altos, mas aprendi a lidar com muita coisa no ultimo ano, não aceito mais traumas ou lamentações na minha vida, a convivência é um aprendizado inexplicável; minha vida social, tendo suas imperfeições enfeitadas com o ego das pessoas, estou aprendendo a saber o que devo ou não aceitar, mas devo confessar.. é perfeita aos meus olhos. Parece que estou fugindo um pouco do foco, não?

Mas o fato é que fica o lado pessoal, está sempre tudo em ordem... aparentemente. Vira uma confusão, quando me apaixono. Paixão, dessas que vem e vai, sabe? Que você cria expectativas, e constrói as conversas perfeitas em sua mente... e uma hora se mostra tão passageiro quanto uma brisa de fim de tarde, numa palavra mal dita, numa atitude não cumprida... ou quando a pessoa se mostra diferente do que você imaginou. Eu continuo alimentando a minha opinião de que as pessoas são momentos e fases... mas isso não me obriga a querer conviver com elas, ou me envolver com alguém que eu não julgue merecer a parte de mim que me faz mais mulher, a que se apaixona.

Ai vem, novamente e incessantemente o pensamento do amor próprio. E eu repito em minha mente o quanto preciso valorizar isso. Sensações que se tornam somente minhas, e se eu tentasse explicar, ninguém entenderia e isso me faz feliz. Ainda me lembro, há pouco tempo atras, uma pessoa me fez perder essa sensação individual. E eu simplesmente, morro de dentro para fora sem isso. Eu preciso disso, e não sei se todo mundo consegue compreender essa necessidade, que para mim é como uma canção. Existe uma canção para os apaixonados, para os corações partidos, para os desiludidos... e uma para mim.

Por isso digo, intensidade contraditória, ao mesmo tempo que me entrego sutilmente... eu não deixo isso de lado, pode-se dizer que é até um egoísmo da minha parte. As vezes parece, só parece, que o amor não é pra mim. 

Embora todas essas frases soltas pareçam confusas, e até mesmo com uma pontinha de tristeza, é exatamente o contrário. É meu amadurecimento. Minha facilidade de aceitar alguns fatos como eles são está aumentando, e devo isso aos outros. Me sinto mais forte e mais individual, mas só tenho um medo em relação a isso tudo... Deixar de acreditar.

domingo, 19 de julho de 2015

Para seguir em frente

As vezes nos frustramos por não conseguir o que queremos, mas na realidade não conseguir o que se deseja muitas vezes é a melhor coisa que pode nos acontecer. Talvez você não esteja inteiramente preparado pra aquele cargo que tanto almeja, ou para evoluir em alguma atividade, ou para ter a pessoa ideal sem estragar tudo. Com o tempo aprendemos que tudo que importa demanda paciência.

Eu vejo como se todas nossas oportunidades fossem uma possível cura. Toda vez que você esta em determinada situação, você tem a chance de reagir diferente, isso... ao menos para mim, é uma pequena cura. Cura, sim, pois o fato de você poder mudar sua atitude, pensar antes de agir e falar, ou se impor mais, ou tentar perdoar, ser otimista em vez de pessimista perante uma situação difícil é uma escolha... e quando você consegue fazer a escolha certa, por mais difícil que seja, você está se curando, e melhor do que isso, evoluindo.

Digamos que estou nesta fase.

Talvez uma boa estratégia seja enxergar as atitudes das pessoas como se fossem fases, e tentar se colocar na mesma situação, as vezes ajuda. Mesmo se você não tomasse as mesmas atitudes, não aprove, você tem que aceitar o fato de que as pessoas são diferentes, e isso envolve a criação e a trajetória da pessoa. Não devemos nos sentir culpados, ou culpar... se fulano ou ciclano agiu de má fé, ou se não te deu a consideração que você esperava, ou se não tinha os mesmos planos que você. Acredito que a chave para seguir em frente é, sobretudo, a aceitação e o amor próprio.

Quando você aceita que aquilo é o que é... há uma facilidade maior de virar a pagina. Quanto você se coloca em primeiro lugar, e passa a se amar mais, você se sente melhor, atrai coisas boas, esquece e vive a vida na forma mais leve e iluminada, nutrindo sentimentos bons... como tem que ser.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Carta ao passado

Hoje não venho te acusar de algum episodio, ou lhe dizer com frieza o que você deve fazer. Não vim escutar o quanto me acha ingrata por algo que não pedimos para acontecer. 

Eu vim em paz e para lhe dizer tudo que não foi dito, do que tem acontecido e das coisas que deixaram saudade... Do gosto de pão de queijo, das brincadeiras infantis, da falta de orgulho numa briga na sexta a noite, dos nossos segredos culinários, do sol matinal iluminando o corredor da casa, de pedir para colocar o seu sapato num dia frio, da rede no domingo.

Vim para marcar o sentimento do dia de hoje. Um sentimento sem nome, talvez. Aquele que percebemos que será lembrança.

Estou aqui para lhe dizer que minha amizade você teria, e que podemos sim tirar proveito deste aprendizado, para perdoar e pedir perdão.

Vim para que você saiba que estou feliz por você ter alguém, e não critico... para saber como você está, se sua família comprou aquele sitio, para lhe falar que encontrei aquele casal de amigos e que estão noivos, sabendo que você já sabe. Para lhe falar que experimentei aquele vinho que tanto queria, para lhe dizer que o admiro em muitos aspectos... para lhe dizer que me encontrei.

Sei que não somos mais, e nem seremos, mas estou muito grata por tudo que já passou. No momento do agora, era tudo que queria que soubesse, e tudo que queria que sentisse.

Um sentimento branco, leve e momentâneo. Sem criticas ou tons de voz elevados e acusações.. E por pelo menos uma vez, sem cobranças.. sim, houve um tempo. 

Estou aqui para lhe dizer que sei que esse silêncio é a aceitação, e que nunca quis machuca-lo, mas havia algo que não estava mais encaixando. Como uma flor que perde o perfume. Enfim, tenho refletido muito sobre como o tempo passa rápido, grande e verdadeiro clichê... e sei que o melhor ainda está por vir para mim e para você.  

Não há outra forma de terminar isto aqui, se não dizendo que fique bem.